Postado em 15 de março de 2019
 Categoria Saúde

O câncer de cólon e reto (intestino grosso) é, no Brasil, a segunda neoplasia maligna mais frequente entre as mulheres e a terceira entre os homens. Ocorre mais após os 50 anos de idade, e pessoas que tem casos na família tem maior risco de desenvolver esta neoplasia.

câncer de intestino gráfico

fonte: INCA – Instituto Nacional de Câncer

Os sintomas do câncer de cólon e reto podem variar, mas são principalmente: presença de sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou dificuldade para evacuar, dor abdominal, distensão abdominal, emagrecimento e anemia. Entretanto, muitas vezes o câncer pode ficar silencioso por vários anos se se manifestar somente quando muito avançado.

Para fazer o diagnóstico do câncer de intestino é necessário um exame médico e exames complementares como colonoscopia, ecografia e tomografia computadorizada de abdome.

Neste artigo, será abordado sobre o tratamento do câncer de intestino grosso. Em outro momento falaremos sobre diagnóstico precoce e prevenção.

O tratamento do câncer de cólon e reto envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A definição de qual tratamento será aplicado e em que momento vai depender de fatores como: tipo do tumor, localização (se na parte mais inicial ou mais final do intestino grosso), tamanho do tumor e se está invadindo outras estruturas além do intestino, se apresenta ou não metástases (disseminação de células do câncer pelo sangue para outros órgãos, como está a condição clínica geral do paciente e se apresenta sinais ou sintomas de sangramento intestinal ou obstrução intestinal.

Por isso, a etapa mais importante do tratamento é a avaliação correta do tipo do tumor e da sua extensão, o que envolve a realização de exames de imagem, colonoscopia, biopsia do tumor e exames complementares feitos na amostra do tumor para definir o melhor tratamento. E para isso é essencial que o paciente seja avaliado por uma equipe multidisciplinar experiente em oncologia, orientada por no mínimo um oncologista clínico e um cirurgião oncológico.

Qual especialista devo procurar para tratar câncer de intestino grosso?

O médico especializado em tratar câncer de cólon e reto é o Oncologista Clínico e o Cirurgião Oncológico. É de extrema importância que o paciente seja avaliado por uma equipe multidisciplinar para que se possa oferecer o tratamento mais adequado.

Muitas vezes o diagnóstico pode ser feito por qualquer outro especialista como gastroenterologista, clínico geral e principalmente o cirurgião geral e cirurgião do aparelho digestivo. Neste caso, muitas vezes o cirurgião faz o diagnóstico em uma situação de urgência ou emergência, e esta situação requer uma intervenção de emergência. Mesmo nesses casos, é recomendado que o médico que está manejando a situação já solicite avaliação de uma equipe multidisciplinar de oncologia neste momento para poder definir o tratamento definitivo do paciente.

tratamento do câncer no intestino

Quando precisa fazer cirurgia?

A cirurgia tem como objetivo principal a remoção completa do tumor do intestino. Mas para que isso seja possível é necessário saber com antecedência toda a extensão do tumor e avaliar a possibilidade da cirurgia completa. De nada adianta retirar apenas uma parte do tumor e ficar resíduo.

Nos casos de tumores grandes e avançados, utilizamos hoje a “abordagem reversa”, onde fazemos primeiro quimioterapia e/ou radioterapia para diminuir o tumor ou tratar antes as metástases e depois se faz a cirurgia definitiva no intestino.

O tipo de cirurgia vai depender principalmente da localização do tumor no intestino grosso e do seu tamanho e se tem invasão de estruturas próximas. Também vai depender da situação clínica do paciente, por exemplo uma oclusão intestinal. Normalmente a cirurgia consiste em se retirar o segmento do cólon ou reto que está acometido pelo tumor, tomando-se cuidado de remover os linfonodos regionais e estruturas circunjacentes (margem de segurança). Em seguida é feita a anastomose, que é a reconstrução do trajeto intestinal, que é possível na maioria das vezes, exceto casos de cirurgias de emergência com o intestino não devidamente limpo ou em tumores da porção mais final do reto.

cirurgia câncer intestino

câncer intestino cirurgia

O que é a colostomia?

colostomia intestino

A colostomia é uma abertura que se faz no intestino em direção ao exterior do abdome através da parede abdominal. Seu objetivo e desviar o trânsito de fezes devido a obstrução existente nos segmentos mais distais do intestino, devido a retirada de toda a porção final do intestino grosso ou então para proteger temporariamente uma porção do intestino que foi anastomosada (“emendada”) até que ela cicatrize por completo.

A colostomia pode ser temporária ou definitiva, dependendo do caso.

Atualmente, a maioria das cirurgias do intestino grosso, quando realizadas de forma programada, não precisam de colostomia.

câncer colostomia

Quando é preciso fazer quimioterapia?

A quimioterapia tem indicação após uma cirurgia de ressecção completa do câncer de cólon, como forma de reduzir a chance de o tumor voltar e, portanto, atingir a cura completa. Esta indicação deve ser baseada nos exames realizados sobre o tumor ressecado (exame anátomo patológico).

A quimioterapia também está indicada em todos os casos de câncer de cólon e reto que estejam disseminados para outros órgãos (metástases) ou que o tumor é muito grande para ser operado.

Os medicamentos atuais usados para a quimioterapia apresentam maior taxa de resposta que antigamente, permitindo-nos tratar tumores em situações cada vez mais complexas.

tratamento quimioterapia

Para ter certeza do tratamento de câncer em Curitiba que deverá ser realizado, é preciso realizar o acompanhamento médico. Apenas o profissional que acompanha um determinado paciente, terá as informações necessárias para conseguir identificar a melhor opção para selecionar o tratamento de câncer adequado.

Quando precisa de radioterapia?

A radioterapia está indicada principalmente para tratar os tumores do Reto, a porção final do intestino grosso. Este tratamento é feito junto com quimioterapia e sempre antes da cirurgia. Esta abordagem garante uma melhor chance de cura pois diminui a possibilidade do tumor voltar após a ressecção cirúrgica. Também facilita a cirurgia e diminui a chance de se precisar de uma cirurgia mais agressiva com necessidade de colostomia definitiva.

radioterapia colostomia

Dr. Fernando Chicoski
Cancerologista Clínico
CRM-PR: 19102
RQE: 14016
Neo Saúde – oncologia

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