Postado em 16 de janeiro de 2019
 Categoria Saúde

O câncer de estômago, ou câncer gástrico, é o quarto tipo mais comum de câncer entre os homens e o sexto entre as mulheres. O tipo mais comum de câncer de estômago é o Adenocarcinoma. É uma doença muito grave e agressiva, responsável por cerca de 14.000 mortes por ano no Brasil. Muito desta letalidade ocorre porque esta neoplasia é diagnosticada muitas vezes em estágio avançado, com o tumor invadindo profundamente a parede do estômago e/ou com disseminação (metástases) para outros órgãos

Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, INCA – Instituto Nacional de Câncer

O tratamento do adenocarcinoma gástrico é muito complexo, envolvendo primariamente a quimioterapia e a cirurgia (gastrectomia).

O fator primordial para um tratamento correto é definir precisamente o tipo de tumor, seu tamanho e extensão. Para isso são necessários exames como: endoscopia digestiva alta, tomografias de tórax e abdome, ressonância magnética de abdome, entre outros. Outro procedimento diagnóstico importante que deve ser feito antes de iniciar qualquer tratamento é a vídeo-laparoscopia, que é um procedimento cirúrgico rápido que serve para verificar se as estruturas do lado de fora do estômago estão comprometidas pelo câncer, especificamente o peritônio, que é a membrana que envolve todos os órgãos do abdome.

O tratamento é definido basicamente pelo nível de invasão do tumor no estômago ou outros órgãos.

Tumores com estágio T1 (que são os mais superficiais) podem ser tratados exclusivamente com cirurgia (gastrectomia) ou até mesmo ressecção por endoscopia para tumores bem pequenos. Já tumores que infiltram mais profundamente a parede do estômago (a partir de T2) necessitam de tratamento combinado com quimioterapia e cirurgia.

A quimioterapia, quando indicada, deve ser realizada preferencialmente antes da cirurgia de gastrectomia. Isso se chama quimioterapia neoadjuvante. Ela é feita durante 3 a 4 meses antes de fazer a cirurgia e permite uma redução do tamanho do tumor, facilitando a gastrectomia e diminui o risco do tumor recidivar após a cirurgia, portanto aumentando a probabilidade de cura da doença.

A cirurgia para câncer gástrico é a gastrectomia que consiste na retirada total ou parcial do estômago. É uma cirurgia bastante complexa e deve ser realizada apenas por cirurgiões experientes e qualificados em tratar câncer de estômago. Como é uma cirurgia que causa grande impacto na capacidade de alimentação, é essencial que o paciente seja avaliado e acompanhado por nutricionista, dentro da equipe multidisciplinar de tratamento oncológico.

Para os casos em que a neoplasia de estômago já está disseminada para outros órgãos (metástases), não existe benefício em fazer a cirurgia de gastrectomia. O tratamento deve ser feito com quimioterapia. Felizmente, atualmente temos grandes avanços nos medicamentos quimioterápicos para tratamento do adenocarcinoma de estômago, que são mais eficientes e menos tóxicos. E para casos selecionados também há a possibilidade de se usar imunoterapia.

É essencial que o oncologista clínico avalie cada paciente detalhadamente, solicite análises moleculares nas amostras do tumor e defina uma estratégia detalhada de tratamento gerenciando todos as demais especialidades envolvidas para que o paciente obtenha benefício do tratamento.

Dr. Fernando Chicoski
Oncologista Clínico
CRM-PR: 19102
RQE: 14016

Comece a digitar e pressione Enter para pesquisar

× WhatsApp