Postado em 28 de janeiro de 2019
 Categoria Saúde

Por razões pouco conhecidas, obesidade e vida sedentária aumentam a incidência de certos tipos de câncer. Combinados, os dois fatores são responsáveis por 20% dos casos de câncer de mama, 50% dos carcinomas de endométrio (camada que reveste a parte interna do útero), 25% dos tumores malignos do cólon e 37% dos adenocarcinomas de esôfago, enfermidade cujo número de casos aumenta exponencialmente.

Nos últimos 20 anos, foram publicados vários estudos demonstrando que, independentemente da massa corpórea, mulheres e homens ativos fisicamente apresentam risco mais baixo de desenvolver alguns dos tipos mais prevalentes de câncer da espécie humana: câncer de mama, de próstata e de cólon.

paciente oncológico

São muitas as novidades na vida de uma pessoa que recebe o diagnóstico de câncer. Quimioterapia, radioterapia, sonda, cateter, remédios, queda de cabelo, diminuição da libido, enfraquecimento das unhas. Algumas engordam, outras emagrecem. As preocupações são diversas e muitas pessoas acabam deixando a prática física de lado.

No entanto, pesquisas científicas sugerem que o exercício físico não somente é seguro durante o tratamento, como traz também muitos benefícios para passar por essa fase com mais qualidade de vida. O exercício melhora o funcionamento do corpo, diminui a sensação de fadiga causada pela quimioterapia, diminui a ansiedade e aumenta a autoestima.

Além disso, os exercícios também ajudam a manter a composição corporal adequada (ou seja, a distribuição entre músculos, gordura e ossos no corpo), a diminuir a perda de massa muscular e a manter o coração funcionando bem. Pesquisas ainda apontam que a prática física durante e após o tratamento pode diminuir o risco de recorrência do câncer.

Mesmo com todos esses benefícios, é muito importante que as pessoas em tratamento de câncer tenham cuidado redobrado durante os exercícios. Não adianta querer fazer toda a atividade física que seu corpo nunca fez, muito menos de uma vez só. Se você era sedentário, comece com atividades leves e de pouca duração. Dez minutos  por dia de uma caminhada leve, já é suficiente para iniciar .
O ideal é que sejam feitos 150 minutos de atividade ao longo da semana, tempo este dividido entre exercícios de resistência muscular e aeróbicos, mas sempre de intensidade baixa.  A atividade física  deve ser orientada pelo médico e um bom educador físico e que tenha experiência em pacientes com câncer.

Diversos mecanismos biológicos podem ser evocados para explicar o efeito protetor do exercício na evolução de tumores malignos. Os mais aceitos consideram que o trabalho muscular reduz os níveis sanguíneos de insulina e de certos fatores de crescimento liberados pelo tecido adiposo, capazes de estimular a multiplicação das células malignas.
Reduzir em 50% a probabilidade de morrer de câncer de mama ou de intestino, pela adoção de um estilo de vida mais ativo, é um resultado inacreditável: nenhum tipo de radioterapia ou de quimioterapia – por mais agressiva que seja,  demonstrou provocar esse impacto.

Do ponto de vista científico, embora a relação entre atividade física e câncer não esteja definitivamente esclarecida, os dados obtidos até aqui são tão contundentes que todas as pessoas operadas de câncer de mama, intestino, próstata e, possivelmente, de outros tumores malignos devem investir na prática regular de exercícios a mesma energia com que enfrentam operações, radioterapia ou quimioterapia.

tratamento cancer outubro rosa


Para as pessoas que estão em tratamento de câncer, alguns cuidados que precisam ser observados:

Anemia severa: 
deve-se postergar o início das atividades, até que a anemia tenha melhorado.

Imunidade baixa: evite fazer exercício em locais públicos ou com muita gente, até que sua imunidade tenha melhorado.

Radioterapia: deixa a pele sensível, então, é prudente evitar piscinas com água clorada.

Cateteres e sondas: cuidado com água da piscina, mar ou lago para evitar contaminação por micro-organismos indesejados. Também evite fazer exercícios de resistência nos grupos musculares próximo ao cateter ou sonda. Isso pode causar o seu deslocamento.

Alteração da sensibilidade nos pés ou alterações no equilíbrio:
 a habilidade de fazer exercícios que utilizam as pernas pode estar reduzida. Prefira atividades como, por exemplo, bicicletas ergométricas, cujo risco de queda é menor.

Pessoas com acometimento ósseo (lesões ósseas ou osteoporose): as atividades devem ser orientadas a fim de evitar quedas ou lesões.

Dr. Marcelo Ferreira
CRM-PR 17776
Cirurgião Oncologista e Mastologista

Fernando Botega
Personal Trainner
CREFI –PR

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